Páginas

quarta-feira, 27 de maio de 2015

Momento Musical #10 - Elvis Costello, Leoš Janáček, Frank Zappa

Quando eu não sei o que escrever aqui, posto uma poesia que esteja largada. Quando não tem mais poesia, faço um momento musical. É fácil. Basta achar uns discos bacanas no youtube e fazer um comentário em baixo. Se alguém ouve as músicas ou não, não sei. Não importa. Só sei que estou passando por um período desses, então toma-lhe música.

Elvis Costello - Armed Forces (1979)


(Pois é, não tinha um daqueles vídeos com o disco inteiro pra economizar, então vou jogar aqui 3 faixas de amostra.)

Da série: coisas que se salvam da década de 80. Elvis Costello é bem bacana. Esse disco veio antes da década de 80, então pode ser por isso que eu goste mais dele. As letras também são ótimas. Elvis é dessa linha de cantores que não cantam porra nenhuma mas compõem como mestres (Bob Dylan, Frank Zappa, Lou Reed vêm à mente). Destaque pra What's so funny 'bout peace, love and understanding, que fez parte da cena do karaokê em Lost in Translation (ainda não falei desse filme, né? T'aí o assunto pro próximo post).

Leoš Janáček - Quartetos de Cordas nº 1 e 2 (1923 e 1928)



Esse é um dos compositores favoritos do Milan Kundera. Foi só por isso que eu o conheci, porque ele é citado várias vezes na entrevista que o autor deu à Paris Review, em 1984. Janáček é um compositor moderno bastante peculiar. Alguns especialistas dizem que ele é o primeiro dos minimalistas. As composições dele são cheias de padrões e repetições típicas do estilo, com harmonizações em tons incomuns. A razão de eu não falar mais de música erudita aqui é por eu não saber tão sobre - a parte técnica da coisa, quero dizer -, mas as músicas dele são uma experiência e tanto. Kundera o considera uma influência para estrutura de seus livros. Faz sentido, se vocês prestarem atenção. Principalmente na polifonia e nas repetições temáticas. Pessoalmente, me agradam os quartetos de cordas, por isso escolhi essas duas composições. O segundo quarteto também foi uma das últimas - ou última - composição dele, e ela tem algo de intenso que me faz querer voltar a ela sempre. Se tornou um dos meus favoritos também.

Frank Zappa - Hot Rats (1969)


Zappa foi uma das figuras mais fascinantes da década de 60 - que não é conhecida pela falta de figuras. Um dos poucos com a coragem de inserir técnicas da música clássica moderna em músicas populares. Às vezes arrogante, às vezes subestimava seu público - mas quem poderia culpá-lo disso -, mas Hot Rats eu diria que é um dos seus melhores momentos. Um dos porque o cara era prolífico. Fez um pouco de tudo, do experimental ao pop à sátira à música erudita. O cara é uma representação em áudio do que é a vanguarda. Apesar da banda dele ser cercada de polêmicas e muitos de seus discos terem sido alvo de críticas e tentativas de censura por conteúdo explícito, esse é praticamente instrumental, com exceção de algumas linhas cantadas - por ninguém menos que Captain Beefheart (falarei dele um dia) - em Willie the Pimp.

Vão ouvir agora.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

caixa do afeto e da hostilidade