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segunda-feira, 13 de abril de 2015

Crônica de amor número um



Amor é vicio de um sertão ferido a faca sentimento estéreo perda de dentes de um leão faminto. Sorriso ausente de criança na espera da espera desse leão sem dentes. Amar é distrair-se com a porcelana tirar a vida da fera, ter e ter que enterrar vivo, mendigar intriga das mitologias severas. Coroar um estigma de alucinação teorizando a dor antes do saciar na caricia da bela ruiva; na perda da Amélia; na curva do corpo cristalino; na frígida virgem terrestre; na bússola que aponta pro leste estarei lá te esperando cheio de mãos a jorrar.  Amor é um navio naufragado no fundo do tempo. Seguirão só os egos seguirão só os restos atravessando no tempo certo e incerto tempo: mudando o estante do estado estando presente em tempos. Amarei teu corpo sujo e sublime margarida. Luiza esse teu corpo incita prazer, reúne o florescer das jardineiras demonstra Luiza educação. Ensina-me a amar, a mastigar febre já curada. Sentir-se preso no beijo de despedida chorar encima da multidão monótona estática sempre em mesmos espaços sendo seguidos por moças bem vestidas nos laços das relíquias da traição já traçada. Trair é possuir-se de si mesmo em uma das mãos cerradas. Encontrar solidão nos pés de um artesão, fazendo um destino calçado, o destino do sonho calçando o instinto de perda. Vi a lesma aproximar-se do coração. Amor é nadar se afogando no oceano pacifico agressivo profano. Amar é desconstruir a anatomia do núcleo. Limitar-se ao ser uno. Crescer dentro do nulo. Viver quase fora entre o medo das horas dentro do gume da lógica da inútil existência da salvação. Eu te amo porque o amor é sangue na boca da terra, seiva de metal onde, o lado erra corta o lábio, corta a língua, corta a úvula, corta o gume, corta a boca, mas o gosto é o mesmo o gosto é mais expressivo e inexato. Eu te amo sem te amar de mais para não gastar a todo o amargo todo azedo, pois gosto de comer a uva ainda em metamorfose no cacho sentir o desmanchar da sensação de vastidão. Largo de mão o melhor e, amo o que sobra dos outros amores. Eu te amo porque o amor é lúdico e essa ilha leva um amar e essa inalação de fantasia carrega-me lá, lá e lá. Ia lá Lara olha lá. Ali Larissa ali é lá. Eu te amo e segurar teu corpo quente deixa o mundo frio. Na calçada da lua congelo. Não é suficiente sentir o suspiro de proteção o ar que entrelaça o mesmo ar que dá corpo que dá gente é longínquo. É inaudível é ausente, o amor é mais que isso; é mais que presente mais que estado mais que papel mais que elemento mais que carente. Amor é liquido indócil gás físico invólucro desejar. Amor é Luiza nua nas minhas ruas fazendo cinema mudo mudo e vejo-a mudar. 

— Então, por que te amo? Porque a alma mareia no riacho de tuas veias?

Amares vai-me deixar-te-ei buscar-me a rosa, outrora, vês a lua que irei trazer para banhar teu lençol com o corpo nu em pleno eclipse. Beija-me no convés e sangras o sagrado, pois liquidei o medo no verso da sereia — Este nau? Este nau não nos dirá mais nada porque Lara, o céu é duvidoso o monstro que guarda a guerra é sublime. Larga-me o coração que nunca largarei tua dor, tua alma Lara não chore sempre que o mundo roubar-te o sonho. Ficarei esperando-te tristonho: de joelhos enferrujados subirei ao topo do mundo. Eu amo-te serena Lara. Amo-a com todas as forças das guerras já criadas. Amo-te na vanguarda dos lusos como a musa do meu mar. Eu te amo tanto que me esqueci de amar a vista deste sol livre solto e, deste mar sagaz, deste ouro onde morro. Amar é tão pueril orgânico e místico que nos faz perder o sentido de cobrança. Amar é entregar uma planta de si para quem não sabe aguar para quem não sabe andar para quem não sabe fingir desanda amor é ver a relva querer cobrir o perigo do tempo. Sentir o vento no momento em que tudo parece cantar. Voar e sentir-se além do voo como um pássaro sem asas cruzando o céu do desejar. Amor é jogo morto. Morre e mata. Apaga e paga. Amor é tudo que, ninguém sabe quase nada. Luiza quando o tempo chegar por aí. Esconda-me no teu seio que guardarei que viverei para ser a caça para ser o leite que alimentará nossos filhos que alimentará os teus vícios que já terei me escondido no passado sempre passei derramando e não mais derramarei. Vida para sempre te amarei. Para o tempo que amarei e, me amarrarei ao ponteiro, ao ponteiro desse plano. Mesmo não tendo mais amor guardado na causa: palavra é palavra que causa perdida. Deixa o eixo. Amor é amor que causa — Amar Luiza, também, é lástima. Lara Larissa você constrói um lar protegendo sua rima. Amar o amor de Lara é bem Larissa. Amar é ter que entregar algum sentido para o universo que faça parar o verso. Ninguém vai querer distinguir o trigo do joio. Desvendar, criar, expandir basta. Amar sem estragar tudo é impossível dentro desse mar carnívoro que, é o ser humano. Amar deixará de adoecer os descrentes urbanos. Amor é ferir sem estar presente na hora em que se fere sem lâmina sem arma. Amar é se alimentar com o fogo, não querer água não querer vida nas mãos deixar cinzas para causar ilusão. Saudade é miragem. Amor é criança não querendo nada com a vida só perguntando sem saber. Querendo, e, não querer ter que chorar para ter. Porque o amor só sabe dele quem o sentiu ainda puro dentro da colméia antes do mel na boca da virgem. Infância namorar enamorado. Amar virou. Virá, talvez? Despedaçar nosso castelo futurístico que se fez com o vermelho metálico dos nossos corações. O amor presente amanhã será o amar passado que não quer passar. Amor é meu pai pescar o peixe e ficar com a espinha. Proteger-me da doença maligna que dá em gente que nasce. Amar é minha família na casa de taipa tentando se aguentar. Minha mãe pega o rosário e começa a nos puxar pra dentro. Amor é comida de mãe grito de pai saudade de irmão cansaço de avós paixão de um só e, tudo ama e batiza. Amor é família. Amor é um mar cheio de tesouros e traíras. Onde poucos conseguem se enxergar e, com todo pleonasmo que se têm direito amor é amar.

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