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quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Surrealistic Pillow - Jefferson Airplane (1967)

Só na década de 60 Travesseiro Surrealista poderia ser o nome de um disco bem sucedido.
Ah, 1967! O ano do verão do amor, do crescimento do movimento hippie, do surgimento de bandas e discos maravilhosos. Como eu sinto falta desse tempo que eu não vivi. Tanto que o segundo disco da minha série de resenhas em homenagem aos "álbuns" é desse ano, e um dos mais importantes deles. Surrealistic Pillow é considerado por muitos como "o" disco essencial da contra-cultura, e Jefferson Airplane o exemplo de como fazer rock psicodélico.


Após um começo rápido com She Has Funny Cars, o disco passa direto para a faixa mais conhecida de toda a história da banda, a música que toca sempre que um filme quer passar o clima da década de 60, Somebody To Love, sendo liderada pela voz bela e sem invenções da Grace Slick, que, junto da Janis Joplin, era vista como uma deusa daqueles tempos - e não por falta de motivos.

No entanto o disco desacelera um pouco com My Best Friend, que pode ser que não tenha envelhecido bem, com uma letra bem simples, mas simbólica dos ideais daqueles dias. Não é das minhas favoritas, mas não posso dizer que é uma música ruim. De qualquer forma, logo depois o ouvinte é agraciado com Today, que, se não bastasse a música como um todo, vem com Jerry Garcia (do Grateful Dead, mas você já deveria saber disso), na guitarra - não é a única participação dele no disco. Seguida de Comin' Back To Me - também com o guru Jerry, que, além de prover a guitarra, foi creditado como conselheiro musical e espiritual da banda -, no mesmo estilo.


Mas tudo acelera novamente com 3/5 Of A Mile In 10 Seconds, seguida de D.C.B.A.-25, também mais elétrica, voltando ao clima acústico em How Do You Feel e o dueto instrumental de violão, Embryonic Journey. Tudo isso para preparar sua pobre consciência para a viagem ácida, inspirada por Lewis Carroll, White Rabbit, novamente com a voz suave como veludo de Grace Slick, carregando o ouvinte com fúria pelo mundo caótico de Alice e seus cogumelos. Encerrando, então, com uma profética canção sobre os aparelhos televisivos, Plastic Fantastic Lover.

Woodstock.

Isso encerra a versão original do disco, contudo ele foi relançado em 2003, com algumas faixas extras tão boas quanto as que realmente compuseram o álbum. O blues psicodélico, In The Morning, J.P.P Mcstep B. Blues, Go To Her, Come Back Baby e duas versões alternativas de Somebody To Love e White Rabbit.

Jerry Garcia toca guitarra nessa também.

Não foi sem motivo que esse disco se tornou quase um momento histórico por si só. Ele representa, não só uma década, mas todo um movimento e conjunto eterno de ideais, coisa que anda faltando na música atual. Tem seus altos e baixos, mas os baixos são muito mais altos que qualquer música que se escute no rádio hoje em dia, não chegando nem a serem faixas "puláveis", e os altos são icônicos. Um álbum realmente essencial para os que querem conhecer a contra-cultura e todo aquele outro mundo que foi a psicodelia.

Nota: 5/5

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