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sexta-feira, 1 de março de 2013

O Lado Bom da Vida (Silver Linings Playbook) - Resenha do Filme

Que foi? Eu sei que esse não é o cartaz, nem mesmo uma cena do filme. Mas eu quis focar no Lado Bom da obra, entende?


Entre todos os filmes que estrearam esse ano, O Lado Bom da Vida (Silver Linings Playbook, no original) foi o que mais me intrigou. Não pelo gênero, nem pelo elenco, nem diretores, nem pelo livro, muito pelo contrário. Fiquei interessado porque eu não achava que esse filme (nem o livro), mereciam a atenção que estavam recebendo. Era uma comédia-romântica. Quem não viu uma dessas antes? São todas iguais, com raras exceções, e nem mesmo as exceções conseguem ser muito boas - a não ser as dirigidas pelo Woody Allen, ou com a Audrey Hepburn no papel principal...

Assisti justamente por isso. Não só pelas indicações ao Oscar, mas também pelas indicações ao Globo de Ouro e até no Independent Spirit Award. Esse filme tinha que ter algo a mais, para receber tanto destaque assim. Não foi o caso. Não é um filme ruim, mas continuem lendo que eu explico, primeiro vamos falar sobre a história.

Pat é bipolar e toda a sua loucura vem à tona quando ele pega a esposa (Nikki, interpretada pela Brea Bee, seja ela quem for...) dando para outro cara. Ele quebra o sacana na porrada e vai parar num sanatório. Lá ele conhece Danny, outro paciente, interpretado por Chris Tucker. Chris Tucker que por sinal eu não via desde Jackie Brown; já estava achando que o Samuel L. Jackson o tinha matado de verdade - assim como o Robert De Niro matou a Bridget Fonda - ou que ele realmente estava internado naquele sanatório esse tempo todo e sua contratação tinha sido uma coincidência. Danny é o estereótipo do amigo negro; falador, dançarino, animado, o de sempre - pelo menos não fizeram ele cantar rap. Quando Pat recebe alta, ele tenta ajudar Danny a fugir, mas não dá certo e leva algum tempo até ele conseguir sair realmente. Pat passa a viver com os pais e dedica seu tempo livre para se melhorar, com o objetivo de voltar com a Nikki - porque ele não é corno manso de atitude, mas é de alma. Como sempre nesses filmes, os pais do protagonista são mais loucos que o Pat em si. Robert De Niro principalmente, considerando os papéis que ele anda aceitando. História vai, história vem e ele conhece Tiffany (Jennifer Lawrence), irmã da esposa de um amigo de Pat, também meio louca - se você não pegou a mensagem que o autor quis passar, eu explico, "todo mundo é meio doido", viu que original? -, viúva, semi-ninfomaníaca relutante. A relação deles começa mal, vai melhorando, fica mal de novo, Pat é um idiota, melhora mais uma vez, e fica nesse vai-e-vem típico de comédia romântica. Tem um concurso de dança e umas apostas em futebol americano também, para "dar mais emoção ao enredo". Como eu pensava, nada de novo. Então por que porra esse filme ficou tão bem falado?

Bom, mesmo não sendo o melhor dos filmes, assim como 500 Dias com Ela, O Lado Bom da Vida é muito superior as comédias românticas normais. Não é nada espetacular ou inovador, mas tenta, embora sem muito sucesso, fugir dos padrões do gênero. Outra coisa, as atuações são ótimas. Jennifer Lawrence é realmente muito boa, não foi a melhor do ano na minha opinião, mas fez um excelente trabalho. Na verdade, estava ansioso para ver outro filme dela, desde Inverno da Alma - não gostei de Jogos Vorazes, ela atua bem, mas o filme não ajuda...-, e ela não decepciona, mesmo sendo uma mulher completamente diferente da Jennifer Lawrence de Inverno da Alma. Sério, o que fizeram com ela? Ela ficou um espetáculo nesse filme.

Mas voltando ao tópico. Não é um filme ruim, só não é tão bom quanto os comentários que fizeram sobre ele. Vale a pena dar uma chance, mas não espere nada muito acima da marca do mediano.

Nota: 3/5

2 comentários:

  1. Assisti esse filme esses dias porque também queria entender o que o fazia tão especial. Fui sem muita expectativa, afinal tem uma cara de de filme que passa no "Temperatura Máxima", enfim, não digo que achei uma porcaria, mas, por favor, ou o problema é comigo ou o público está ficando cada vez mais sem critério. Não venho dando muita credibilidade ao Oscar, mas depois de um filme como esse figurar entre os indicados de Melhor Filme... não dá.

    Acho a JLaw uma ótima atriz que vem sempre se melhorando a cada trabalho, vem crescendo muito (corto Hunger Games da lista, porque se até o de Niro vem fazendo escolhas erradas, que dirá a Jennifer que está "começando" agora...), mas ainda assim muito aquém, na minha opinião, do necessário para ganhar um prêmio desse peso, na categoria de melhor atriz, concorrendo com atrizes bem melhores que ela, mais uma vez, minha opinião.

    Enfim, o que eu quero dizer, é que acho "O Lado Bom da Vida" muito superestimado, muito comum e até bem chatinho, pelo menos durante a primeira metade do filme. É bem como você disse: "Não é um filme ruim, só não é tão bom quanto os comentários que fizeram sobre ele."

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    1. Também não dou credibilidade alguma ao Oscar, mas não foi só a esse prêmio que esse filme concorreu; O Lado Bom da Vida apareceu em todas e foi muito elogiado, por isso eu tenho que concordar com você - o público está ficando cada vez mais sem critério.

      Gosto da Jennifer Lawrence também, diria até que ela mereceu um Oscar por Inverno da Alma (não sei se você viu esse, se não, veja), mas esse...simplesmente não entendi. E não que ela esteja ruim nesse papel, não estava, só não é compatível com a premiação, quer dizer, você viu Amour? É muito superior, em todos os sentidos! Já Hunger Games...nem sei o que dizer. O filme é ruim, mas ela está bem nele. O que não pode ser dito, infelizmente, sobre o de Niro. Não me lembro qual foi o último filme bom com ele que eu vi; Jackie Brown, talvez. O problema é que, quando ele faz um filme ruim, ele também cai com o filme, é horrível, claramente ele só aceita o projeto pelo dinheiro e não dá a mínima pro resultado. É uma pena, porque ele, assim como Pacino e Brando, é um dos melhores.

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